NuPAA no PPGACV – com Kassius Brunno

Kassius Brunno integra o NuPAA desde agosto de 2020, quando ingressou no grupo de pesquisa sob orientação do prof. Odinaldo da Costa Silva, na linha 2 do NuPAA – Processos Artísticos do Corpo e da Intimidade. Nesse período, suas investigações culminaram num projeto de pesquisa conduzido no curso de graduação Artes Visuais Bacharelado que resultou no Trabalho de Conclusão de Curso intitulado A Poética do Afetado: um discurso memorial, desenvolvido sob a orientação do professor Odinaldo e a coorientação da professora Manoela dos Anjos Afonso Rodrigues. Logo em seguida, em março de 2022, Kassius ingressou no mestrado em Arte e Cultura Visual da FAV/UFG, linha de pesquisa Poéticas Artísticas e Processos de Criação onde, sob a orientação da professora Manoela e coorientação do professor Odinaldo, desenvolveu a pesquisa intitulada Arquiteturas da Infância: uma construção de memórias, contribuindo para os debates propostos na linha 1 do NuPAA – Materialidades e Imaterialidades Auto/Biográficas nas Poéticas Artísticas e Processos de Criação.

Agora, alguns dos resultados dos últimos seis anos de investigação realizada pelo artista poderão ser apreciados na exposição individual projeto para a construção de uma memória, que acontece na Galeria da FAV (Campus II da UFG), com abertura no dia 21 de março de 2024, às 10h, e visitação até 19/4.

Como aponta o artista:

A exposição [projeto para a construção de uma memória] faz parte da seleção do Edital 2023 da Galeria da FAV-UFG, cujas obras apresentadas são um recorte da produção realizada dentro de uma pesquisa artística/acadêmica, no Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultural Visual da Faculdade de Artes Visuais (PPGACV-FAV-UFG), na linha de pesquisa em Poéticas Artísticas e Processos de Criação.

Evocando quatro poético-estruturas – a casa, a escola, a igreja, e a rua – e partindo das memórias enquanto criança, o modus operandi como artista-pesquisador, as obras presentes na exposição percorrem um universo real através da imaginação, recriando os espaços vividos, desenhando trajetos, arquitetando fábulas e projetando outras infâncias. São oito obras apresentadas, em diversas técnicas e linguagens – arte digital, desenho, bordado, pintura, videoarte e instalação, cuja proposta abrange artes visuais, arquitetura, literatura e expressões gráficas, compondo materialidades e imaterialidades, e construindo-se em experimentações (auto)biográficas.

Partindo da ideia de que o espaço, físico ou virtual, pode ser entendido como uma dimensão permeável e passível de criações, construções e realizações de ideias, a proposta da exposição é a de traçar caminhos para a imaginação de cada visitante, através dos caminhos que o artista traçou para si, como meio de (re)invenção das memórias pela imaginação poética.

Pensar a infância como um devaneio artístico remonta a ideia de construir castelos em bloquinhos de montar, subir no muro e pular para brincar de pique-esconde na rua, ou correr para cima de um pé de goiaba para fugir de uma sovada. Os espaços vividos quando criança, como a casa, o quintal, a escola, e a rua, arquiteturas e espaços comuns das brincadeiras, permitem explorar geometrias imaginárias em fabulações de diversas abordagens e linguagens artísticas.

Por meio da pesquisa em arte e dos processos de criação que elucidam o modo, o uso, e o jeito do artista conviver com o menino que fora, aliado ao saber-fazer arquitetura, a exposição evoca o olhar e o pensamento de quem as vê, para projetar e moldar cada memória da meninice esquecida e/ou abandonada. O menino que fui para ser olhado, experienciado e apreendido por cada criança que ainda sobrevive em nós.

Ainda, sobre a pesquisa de mestrado, Kassius nos conta:

“Arquiteturas da infância é uma pesquisa autobiográfica em arte que investiga a intersecção entre infância e arquitetura, através das relações corpo-memória-espaço na (re)criação de estruturas poético-espaciais como a casa, a igreja, a escola e a rua, pela prática artística em diversas linguagens e meios. Este projeto acontece por estratégias metodológicas como a escrita poética e os processos de criação em artes visuais, nas abordagens que se realizam por meio de Gaston Bachelard e Leonor Arfuch, na identificação e construção da poética do espaço e da narrativa biográfica. Nas criações artísticas, o modus operandi é o devaneio entre memória e imaginação, resultando em práticas mútuas entre arte, arquitetura e autobiografia – uma construção de memórias.”

Palavras-chave: Arquitetura, Artes Visuais, Pesquisa Autobiográfica em Arte, Memória, Poéticas Artísticas.

*Imagem do cabeçalho: Kassius Brunno. Uma fábula (2023-2024). Livro/Objeto. Costura e bordado sobre algodão cru, 13 páginas. Dimensões variadas.