CINEMA AUTOBIOGRÁFICO
/ AUTOBIOGRAFIAS NO CINEMA
Fora de Campo é a designação do Curso de Verão que acontece durante o MDOC – Festival Internacional de Documentário de Melgaço, em Portugal.
O curso de Verão 2023 centra-se na temática geral do Festival Internacional de Documentário de Melgaço – Identidade, Memória e Fronteira e aborda como temática específica CINEMA AUTOBIOGRÁFICO / AUTOBIOGRAFIAS NO CINEMA a partir da revisão do Estado da Arte e de projetos de pesquisa nas Artes, no Cinema e nas Humanidades. Procura-se também articular e pôr em contacto experiências criativas de proveniências diversas – de cineastas, associações científicas e artísticas e investigadores de universidades e produtores culturais, países e continentes diversos.
O Curso de Verão é uma iniciativa da AO NORTE, através do seu GRUPO DE ESTUDOS DE CINEMA E NARRATIVAS DIGITAIS e do ID+ Instituto de Investigação em Design, Media e Cultura, através do Grupo CINEMAS e em colaboração com a Câmara Municipal de Melgaço, a Universidade Federal de Goiás (UFG) – Núcleo de Práticas Artísticas Autobiográficas (NuPAA/UFG/CNPq), a Universidad Rey Juan Carlos (URJC), a Universidade da Beira Interior, o Instituto Politécnico do Cávado Ave (IPCA), CNRS, MIRA FORUM.
Área Científica
Ciências Sociais, Cinema, Artes e Ciências da Comunicação
Coordenação Geral
- José da Silva Ribeiro • AO NORTE – GECND e ID+ – CINEMAS
- Manoela dos Anjos Afonso Rodrigues • NuPAA, Universidade Federal de Goiás
- Alfonso Palazón Meseguer • Universidad Rey Juan Carlos (URJC)
MDOC – Instagram











No dia 4 de agosto, no período da manhã, haverá a apresentação das pesquisas mais recentes realizadas no grupo de pesquisa NuPAA/UFG/CNPq:


Debora Taiane Oliveira Alves, Mestra em Arte e Cultura Visual (PPGACV/FAV/UFG)
A poética da mulher prendada: prática artística como estratégia de agência feminina no espaço doméstico
Esta pesquisa emerge da confluência dos campos da arte, da autobiografia e do feminismo, com o objetivo de transformar experiências individuais, vividas dentro de casa, em práticas artísticas dissidentes, que criem lugares poéticos de enunciação política e estimulem a agência feminina no espaço doméstico. É através de uma prática artística que subverta a ideia de “mulher prendada” que apresento o processo de uma série de obras realizadas entre 2018 e 2022, explorando diferentes aspectos da vivência feminina no es- paço privado e trazendo reflexões de viés feminista sobre família, trabalho doméstico, casamento, corpo e raça.
Arte; Feminismo; Prática artística autobiográfica; Espaço doméstico; Corpo.
Disponível em: https://repositorio.bc.ufg.br/tede/handle/tede/12856


Fabiana Francisca Santos, Mestra em Arte e Cultura Visual (PPGACV/FAV/UFG)
Arte de Terreiro Matriarcal: Trabalho de Mulheres da Casa de Caridade Luz do Alvorecer
Nesta pesquisa em arte proponho uma investigação das poéticas artísticas e processos de criação de um grupo de mulheres daimistas e umbandistas integrantes da Casa de Caridade Luz do Alvorecer (CCLA), da qual também faço parte. A pesquisa baseia-se nas epistemologias de terreiro e em abordagens decoloniais para refletir sobre as práticas coletivas e criativas que vêm sendo desenvolvidas na CCLA. Proponho, também, reconhecer essas práticas como ferramentas de emancipação dessas mulheres, que produzem visualidades como resistência à colonialidade. O estudo de tais ferramentas como produtoras de conhecimento, ritualísticas e pensares gera conscientização quanto às visualidades hegemônicas opressoras vigentes, valorizando as imagens e narrativas de povos racializados através de suas cosmovisões. Portanto, são ferramentas poderosas contra os processos de epistemicídio e historicídio.
Arte de Terreiro; Autobiografia; Decolonialidade; Cultura Visual; Visualidades.


Julliana Rodrigues de Oliveria, Mestra em Arte e Cultura Visual (PPGACV/FAV/UFG)
Anuviô
Esta pesquisa constitui-se como um caminhar para desanuviar, um processo de desenrolar ideias, clarear a mente, encontrar os fios da meada. Foi algo que precisei fazer a partir do momento em que recebi a notícia que catalisou todo este processo de investigação artística desde o seu projeto: a de que minha avó materna, Dona Leonor, havia falecido, em março de 2020, início da pandemia de COVID-19. O objetivo principal da pesquisa é demonstrar como os elementos autobiográficos, materiais e imateriais, catalisam poéticas artísticas e processos de criação na confluência da arte com a cultura visual de forma crítica e política. Portanto, esta é uma pesquisa autobiográfica em arte, busca investigar uma prática artística que culmina do entrelaçamento da pesquisa artística com as histórias de vida a partir da experiência com o luto. Autobiografo em vida e performance e gero imagens e visualidades para lutar contra a colonização de minhas memórias, por meio de um fazer autobiográfico que é exercício político de reivindicação de voz em uma era de apagamentos. Ressalto que este escrito não é uma autobiografia, mas sim uma dissertação de mestrado que se ocupa de identificar e refletir sobre os elementos autobiográficos que vão sendo incorporados à produção artística que aponta para estratégias que já vinham sendo construídas junto ao Coletivo Bunker, coletivo de performance do qual participo há anos. Aspectos como a relação com o corpo e a investigação sobre os afetos vão sendo articulados através de um fazer arte e vida que se expressa através da caminhada e dos fios.
Performance; Artes Visuais; Práticas Artísticas Autobiográficas; Luto; Afeto.


Julia Macedo Berardo, Mestranda em Arte e Cultura Visual (PPGACV/FAV/UFG)
VERTEBRAL: um olhar feminino crítico sobre a representação da mulher flexível
Esta é uma pesquisa autobiográfica em arte, desenvolvida em nível de mestrado na linha de pesquisa Poéticas Artísticas e Processos de Criação, pertencente ao Programa de Pós-Graduação em Arte e Cultura Visual da Faculdade de Artes Visuais (FAV) da Universidade Federal de Goiás (UFG). O objetivo da pesquisa foi realizar uma produção audiovisual a partir de um exercício crítico e poético sobre a presença e representação da mulher no circo, buscando endereçar os obstáculos e violências invisíveis sofridas por atletas e artistas na performance das artes circenses partindo, para tanto, da minha experiência como mulher e artista. Com o suporte do pensamento crítico feminista e impulsionada pelo estudo histórico da presença da mulher no circo, crio uma performance audiovisual multimídia, buscando confrontar as representações machistas e fetichizadas das atletas, e abrindo brechas para outras formas de ser e ver o corpo feminino nas expressões circenses. Neste texto dialogo com autoras latino-americanas como Bosch (2019), Losada (2021), Orellana (2020) e Varejão (2020). De forma complementar, o arcabouço teórico da pesquisa foi composto por Bleiberg (2005), Guhl e Koner (2017), e Qifeng (1985) a fim de traçar um panorama histórico. No que tange à representação artística multimídia e à linguagem cinematográfica, a produção da minha poética audiovisual embasada pelo levantamento e análise realizados foi composta por autores como Martin (2003) e pelas minhas próprias referências desde o lugar de mulher, artista, contorcionista circense e produtora audiovisual multimídia.
Artes Visuais; Representação Feminina; Performance Circense; Arte Multimídia; Circo.